terça-feira, 30 de outubro de 2012

Novo texto para o Estopim!



Os segredos do Alemão

Resolvi escrever sobre uma época da qual não fui testemunha. Uma época, porém, de alguma forma, rica em minha memória. Os ventos da segunda guerra mundial sopraram para o Brasil algumas raridades naquele período. Fomos colonizados pelos mais diferentes tipos de nacionalidades, alguns costumes peculiarmente exóticos para os brasileiros. Os diferentes hábitos trazidos junto com as bagagens surradas nos lotados navios causavam estranheza. E uma personalidade que narro aqui pode ser a mais estranha de todas.

Volto ao meu tempo de criança: lembro-me do chão batido de terra, da poeira que levantava e formava uma névoa avermelhada, ofuscando a visão. A terra era roxa, boa para o plantio. Os bezerros berravam para suas mães na insaciável sede do leite. As galinhas chocavam os ovos por entre os bambuzais, e a garotada, de facão amarrado no pé, fazia questão de roubar e tomar ali mesmo, cru. Era as terras do meu avô, o seu Jorge, imensas terras para meu pequenino olhar. Terras que bem antes de eu nascer já abrigava incríveis histórias do pós-guerra.


Prêmio Universitário Inovador - Reportagem Ricardo Toledo - Jornal UDESC

segunda-feira, 22 de outubro de 2012



Existe Inocência?

Há cerca de um ano li ”Os Versos Satânicos”. Um livro que sempre me despertou enorme curiosidade. Calma, caro leitor, não sou satanista, senão, estaria me correspondendo com Paulo Coelho para saber como sair dessa. Tampouco sou adepto à prática de bruxaria. Se houveram vidas passadas, é provável que fui pendurado na forca, minhas botas bateram sobre o cadafalso por tentar defender as mulheres que foram queimadas ou condenadas à caldeira de óleo fervente. Minhas severas dores no pescoço são mais uma pista de que isso pode realmente ter acontecido. O autor do livro, o indiano Salman Rushdie, não é feiticeiro, mas sabe bem o significado de caça às bruxas.